segunda-feira, julho 26, 2004

A IMPORTÂNCIA DO MAR

por Virgílio de Carvalho

O que faz Portugal é o mar, e a distância a que a fronteira do Continente ficou do litoral dependeu da força projectiva deste para leste, são teses, respectivamente, dos prof. M.Unamuno e J. Borges de Macedo; e é nossa a de o litoral ser fecho "éclair" para os sectores Norte Centro e Sul em que o Continente pode fragmentar-se por ser estreito e comprido, e de ser economicamente atractivo para Madeira e Açores. Daí que o litoral continental e o nosso mar interterritorial, formando um "cluster" indispensável à competitividade e à coesão do País, seja um interesse nacional (IN), a par do apoio que as potências marítimas têm dado à nossa coesão interterritorial visando a segurança das suas rotas oceânicas que se cruzam no nosso mar, porque tal apoio tem-nos ajudado a ser país com individualidade, não apenas uma nação ibérica só com identidade. Há que pôr tais IN na Constituição, e ter estratégias "adequadas" à sua consecução, "exequíveis" quanto a sustentabilidade, e "aceitáveis" quanto ao que com elas se perder ser compensável com o que se ganhar. E também pólos portuários - aeroportuários, rios navegáveis e vias terrestres paralelas a eles para fazer do interior litoral (a China, com 16 desses pólos é o país cuja economia cresce mais depressa), cabotagem marítima alternativa às vias terrestres espanholas (poluentes, arriscadas e dando poucos postos de trabalho); e ainda marinha e aviação capazes de sossegar os nossos aliados no nosso mar. E, sendo a UE um IN indiscutível, é-o também a coesão UE-OTAN por fazer de Portugal um país central marítimo, coeso, não periférico fragmentário . Tudo a exigir muito mais espaço na comunicação social e no ensino para a cultura histórico-estratégica e as ciências do mar, para pôr fim à "contradição dum país que concentra a população no litoral e não presta atenção ao mar", um desabafo do dr. Rui Moreira, director da revista da "Associação dos Oficiais da Reserva Naval".

 

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