DESENVOLVIMENTO E PAZ
por Virgílio de Carvalho
A encíclica "Populorum Progressio" de 1967, do papa Paulo VI, alertou contra graves injúrias à dignidade humana, de que poderiam decorrer tentações de lhes pôr fim pela violência. O que, estando já a dar-se, pode levar muitos crentes a tomá-la por aviso divino. Entre os temas dela, constam os seguintes, cuja realização a actual era da globalização facilita: todo o homem tem o direito de encontrar na Terra o que lhe é necessário, pelo que é bom que aos povos da fome seja facultado o que precisam, na certeza de que tal não será fruto de generosidade dos ricos, mas do direito de todos usufruírem do que também lhes pertence; a actual questão social pede uma acção global de justiça; o Mundo está doente, sendo o seu mal falta de diálogo fraterno; "O desenvolvimento é o novo nome da paz" é a conclusão da encíclica.
A Europa foi pacificada e democratizada com o Plano Marshal de desenvolvimento económico. Já o plano do israelita Shimon Peres, prémio Nobel da Paz, para pôr fim à questão Palestina-Israel, em que este país seria locomotiva de desenvolvimento tecnológico e económico duma federação dos dois e da Jordânia, falhou, mas continua a parecer boa estratégia para evitar perigosas guerras no Médio Oriente e no Mundo.
Lembro-me de, finda a Guerra Fria, se ter falado duma associação não concretizada EUA-URSS - D. Barroso (DB) para desenvolver e pacificar a África Austral. Se DB (incitado por George W. Bush via Tony Blair, e com a promessa já feita por Jacques Chirac de a França ser fiel à OTAN), for eleito presidente da Comissão Europeia, poderá pugnar por uma nova ordem multipolar com a associação América do Norte-UE como pilar vital para equilibrar, desenvolver e pacificar o Mundo. Associação benéfica para a UE e para um Portugal cujo posicionamento central transatlântico, coesivo para o seu fragmentário território quase-arquipelágico, é vital para se desenvolver em segurança.
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