"La cumbre hispano portuguesa de Zamora debería inscribirse en una creciente dinámica de integración política y económica entre los dos países que comparten tantos intereses comunes."
Isto é o que diz o editorial de ABC - "Lisboa-Madrid, más cerca" (23.1.09) -, e sem tirar nem pôr palavra.
"Crescente dinâmica de integração política e económica"?...
Será que ainda não estamos suficientemente integrados? O que é que nos falta para estarmos completamente integrados? Mudarmos em Portugal para a bandeira vermelha e amarela e ter um primeiro-ministro que fale espanhol na "Assembleia da República" em Lisboa?
Não, não devem ser esses os problemas. Se na Catalunha se fala em Catalão, na Galiza em Galego, em Madrid em Castelhano, no Euskadi em Basco, aqui também se pode decerto continuar a falar em Português… E se na Catalunha, Galiza, etc., há bandeiras próprias, porque é a região portuguesa da Ibéria não haveria também de ter a sua bandeira?
Pus-me a pensar nas palavras do editorialista do ABC, e cheguei à conclusão de que em Madrid se pretende algo mais.
Talvez que aceitemos o Bourbon Juan Carlos como rei de Portugal, como nos tempos dos Habsburgos. Se for essa a ideia, então é porque, para aquelas bandas da meseta, a crise económica lhes está afectar os neurónios.
Mas, ideia puxa ideia, e dei comigo a pensar que talvez, digo apenas talvez, estejam a começar a pensar sair do euro, e criar o hispano com o qual nos comeriam a sós, na privacidade de quatro paredes. Ora isso tem bem mais sentido. As economias de Portugal e Espanha estão perfeitamente integradas e, com os principais centros de decisão já em Madrid, só lhes falta mesmo uma moeda comum que seja exclusiva da Ibéria.
Se é nisso que estão a pensar aí em Madrid, então avancem com propostas concretas. Pela nossa parte, aqui junto ao Atlântico, já está tudo preparado. Só nos falta dar um último passo, para que o hispano seja possível: restaurar a dinastia de Bragança. Tenham paciência, mas precisamos da dinastia, da nossa dinastia, da dinastia portuguesa, para não ficarmos fechados dentro de quatro paredes. Um "hispano a sós", é que não. Nós temos um mar imenso para navegar, e uma prol já adulta espalhada pelos quatro cantos do mundo.
A vossa prol também não é nada pequena - de que é que estão à espera para avançar com o hispano? Querem derrubar primeiro Juan Carlos, para que não tenhamos ensejo de restaurar Portugal?
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