sexta-feira, julho 07, 2006

Salazar e a Rainha, por Fernando Amaro Monteiro

O lançamento do livro SALAZAR E A RAINHA de Fernando Amaro Monteiro decorreu em 6 de Julho, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal (Palácio da Independência).

O Senhor Dom Duarte de Bragança apresentou o Autor. A Obra foi apresentada por Carlos Nuno Pinto Coelho.



Eis o ÍNDICE da Obra:

Um perfil de Salazar, segundo Franco Nogueira……………………………………….
Instantâneos da Rainha D. Amélia…………………………………………………………
Breve perfil biográfico e psicológico da Rainha………………………………………..
Em tempo………………………………………………………………………………………..

CAPÍTULO I : O triste depoimento de Teófilo Braga sobre o valor de “O Marquês da Bacalhôa”, de António de Albuquerque (vulgo “Lêndea” ou “Miqueque”), para a revolução : o veneno sobre a Rainha D. Amélia. Afinal, largos anos depois, o Lêndea pede “perdão notarial” à Rainha!...O texto da última carta de Mouzinho para a Rainha. D.Manuel II descreve o Regicídio: uma “batida” de “malvados animais”. A Rainha para João Franco, “com uma voz que metia medo : Mataram El-Rei. Mataram o meu Filho” (sic, D. Manuel). “Que país é esse?”... pergunta Eduardo VII. Viagem triunfal do Rei ao Porto. Mas desde Julho de 1910 que Jorge V de Inglaterra sabe do que se projectava…A grande manifestação lealista de centenas de Oficiais no Bussaco, em Setembro; de 3 para 5 de Outubro a maior parte foge ou não reage. A imcompetência total do Ministério. O Rei em Mafra, na tarde de 4, encontra 150 homens na Escola Prática de Infantaria : “Vim para aqui por conselho do Governo”. A Rainha na manhã de 5 : tão calma e altiva, até parecia vencedora! A ida para a Ericeira, com a Família Real escoltada por 1 Alferes, 1 Cadete, 1 Sargento e 22 Praças (10 só com espadas)… O embarque no Iate “Amélia”: o povo da terra, respeitoso e triste; as tripulações das barcas deram ainda os três “vivas” do estilo. A bordo , o Rei não conseguiu ou não quis dar uma ordem terminante :”Porto !”. A Rainha, sempre ao longo dos anos: “Os Braganças não fugiram para Gibraltar. Embarcaram para o Porto”. 21 tiros de salva e todo o protocolo real em Gibraltar. Em Inglaterra: um desembarque discreto………………………………………………………………………………………..

CAPÍTULO II: O Rei e a Rainha em Richmond entre 1911 e 1913. D. Manuel II atento às tentativas absorcionistas de Afonso XIII em Londres. A 1ª incursão de Paiva Couceiro : desastre. Os legitimistas, “D.Miguel II”, e o Pacto de Dover; o “poder competente das Cortes”, que o Rei não pode esquecer. O desgaste do Rei e da Rainha, sobretudo dele. Em 1912, o Rei, alarmado por informações de bastidor acerca de actos que se intentam contra Portugal, tenta conjugar valores e apela para João Franco, exilado em Biarrirtz : “(…) a nacionalidade corre tais riscos que julgo meu impretérito dever dirigir-lhe este supremo apelo”. O desastre da 2ª incursão e, em Lisboa, o fracasso de Outubro de 1913, contra as ordens explícitas que o Rei dera a Ayres de Ornellas. A acção da Rainha no casamento do Rei com a Princesa Augusta Victoria de Hohenzollern-Sigmaringen (ramo católico da Família Imperial Alemã). Doença da jovem Rainha logo a seguir : o triunfo do reles em Portugal. D. Manuel II e a Rainha D. Augusta Victoria: residência em Fulwell Park. D. Amélia para França; enfermeira durante a Guerra e condecorada. O Rei na Cruz Vermelha Britânica (1915/1919); desempenho brilhante como Director do Departamento Ortopédico do “Joint War Commiittee”. Sobre a revolta de Monsanto (1919) e Ayres de Ornellas, o Rei escreve :”Um crime que se cometeu contra todas as minhas instruções.” O Integralismo e o Pacto de Paris (1922). D.Duarte Nuno no horizonte da sucessão; friezas familiares. Em 2/Julho/1932: sufocação e morte do Rei em minutos do maior sofrimento ; a premonição da Rainha D. Amélia. O Governo decreta funerais nacionais.Todos os organismos monárquicos aclamam Rei o “sucessor de direito”: D. Duarte II. ………

CAPÍTULO III: No mês da morte do Rei já o seu Lugar-Tenente, João de Azevedo Coutinho, estava às ordens de Salazar… Uma pretensa filha de D. Carlos I começa uma longuíssima agitação histriónica. O apoio da Realeza à Ditadura: “Repetiu-me ElRei as instrucções formaes(…)”, dizia a Rainha D. Amélia em 1932 a Salazar. Começam a mistura da Causa Monárquica com a União Nacional e o desmantelamento do Nacional-Sindicalismo! Salazar em 30/Julho/1934: “(…) morreu El-Rei sem que eu pudesse exprimir-Lhe (…) quanto o Seu apoio e a orientação dada à política monárquica facilitaram a acção da Ditadura e especialmente a minha”. O risível golpe da Penha de França. Os exílios do Comandante Henrique de Paiva Couceiro. A Rainha D. Amélia em 23/Julho/1938 escreve para o Brasil sobre Salazar: “O que o eleva (…) é o seu desinteresse, o grande desprezo que mostra(…)pelas conjecturas desfazedoras dos imbecis”. Em 22/Dezembro/1938, depois de entrevistada, rejubila : “(…) o meu título de Rainha foi restabelecido nos jornaes de Portugal”. As duas Rainhas cortam entre si: D. Augusta Vitória fizera um segundo casamento, luterano, com o Conde Douglas.Em 13/Outubro/1939,face à Guerra, D. Duarte Nuno, Duque de Bragança, manda o Lugar-Tenente manifestar ao Embaixador britânico o seu apoio à Inglaterra. Os Centenários e a representação da Casa de Bragança. A Rainha na França ocupada; correspondência e diligências portuguesas. 1942 e o casamento, no Brasil, do Duque de Bragança com a Princesa D. Maria Francisca, do ramo brasileiro da Casa; a Rainha será madrinha. Salazar: “(…) enlace em que o Governo não podia deixar de ver vantagens nacionais”. Mas que os Duques saiam depressa quando regressarem…………………

CAPÍTULO IV: A situação da Rainha na França em Guerra e as diligências que isso suscita. O interesse do Marquês de Lavradio junto de Salazar pelo assunto representa o de uma Nobreza que ainda se sente protagonista ; Salazar indica a”via competente”. Em 15/Fevereiro/1944 Salazar convida a Rainha para entrar e ela responde em 20/Março, referindo-se ao seu pessoal francês: “É desejo meu , ficar por ora com elles, que tão infelizes são”. Uma diligência diplomática mais esclarecedora reporta todavia, em 12 de Abril, que o verdadeiro problema da Rainha é “(…)a falta em Portugal de pessoa amiga, cauta e competente, em cujo conselho desinteressado pudesse inteiramente confiar”. Salazar: quem? Em 23/Agosto/1944 Salazar comunica com o Lugar-Tenente de D. Duarte Nuno : duas das Infantas estão presas em Viena ; “da Senhora Dona Amélia nada sabemos”. Em 7 de Setembro persiste a falta de notícias da Rainha, que só em 23 se conseguem, avisando-se logo o Lugar-Tenente. Em 23/Abril/1945 a Infanta D. Filipa reporta a Salazar a organização monárquica. A Rainha é convidada a visitar Portugal e desembarca no dia 17 de Maio. Uma estadia estranha: momentos muito altos de triunfo, com multidões, mas entretanto D. Amélia vai-se esfumando… Nasce, na Embaixada de Portugal na Suiça, D. Duarte Pio, primogénito da Casa. O Conde de Barcelona, no Estoril, em choque aberto com Franco. Em 23/Agosto/1947, um espanto : por ordem de Salazar, Santos Costa visita o Presidente Carmona para saber o que pensaria ele da Restauração. Em 3/Dezembro/1948 missão secreta de Nosolini, junto da Rainha, fala-lhe da Restauração e pede-lhe que contemple os Príncipes, sobretudo o afilhado D. Duarte Pio, no seu testamento. A Rainha: “(…) A restauração da Monarquia? Mas pensa-se na restauração da monarquia? Um codicilo……………………………………………………………………………………………………………

CAPÍTULO V : Em 19/Abril/1949, a Rainha anuncia a Salazar que está “(…)disposta a fazer o que me pede sobre o meu testamento e os futuros Herdeiros da Monarquia em Portugal”. Salazar intervém, ele próprio, na redacção do codicilo em Francês. E a Rainha, talvez ainda com velhos ressentimentos familiares, diz no fim: “única e exclusivamente porque o Senhor m´o pediu”. Em 12/Julho/1949 Salazar comenta em apontamento pessoal, referindo-se ao Lugar-Tenente Professor Fezas Vital e ao património da Fundação da Casa de Bragança: “(…)disse que estava convencido não haver oposição a que a Casa de Bragança fosse entregue ao Senhor Dom Duarte. Não respondi nem comentei o dito”. Sem entusiasmo de Salazar (“os Reis no Trono ou no Exílio”) é em 27/Maio/1950 revogada a Lei do Banimento. Em 31/Janeiro/1951 Fezas Vital entrega a Salazar um “projecto preparado para ser presente à Assembleia Nacional”, com vista a resolver o problema dos bens da Casa de Bragança. Mas Salazar só queria para os Braganças, enquanto não reinassem, um razoável conforto… Entretanto, em Bellevue, a Rainha tem curtas alucinações durante as quais confunde o seu Aio, Capitão Júlio da Costa Pinto, com o Príncipe Real, e o “vê” coberto de sangue: - “O que te fizeram, meu filho queridíssimo?” . Recebe enfim D. Augusta Victoria. Entra em calma e perfeita lucidez, despedindo-se em Português e morrendo em 25 de Outubro.
Complicações em torno do Protocolo no funeral nacional, envolvendo o Duque de Bragança. Despacho secreto de Salazar para Santos Costa em 8/Novembro/1951 : “(…) O Fezas, a Causa, os monárquicos não constituem uma fonte de consulta e de orientação. Não sabem nem uns nem outros o que hão-de fazer”.
O Pretendente à espera do “oráculo”. As fúrias do Presidente Craveiro Lopes………………………….

Notas……………………………………………………………………………………

Fontes………………………………………………………………………………….

3 comentários:

Afonso Henriques disse...

A "colagem" que se pretende fazer, em muitos lados, da monarqiua com o salazarismo é , em si mesma, anti natural. Quando morreu D. Manuel II, morreu para Salazar qualquer hipótese de crédito para a Causa Monárquica.
O Dr. Salazar foi um republicano no pensamento e acção.
Os 48 anos de ditaura em Portugal foram-no em república.
Nunca nos esqueçamos disto.
Cumprimentos

HistóriGeo Portugal disse...

Venho por este meio felicitar o professor Fernando Amaro Monteiro, meu profesor de Estudos Islâmicos na universidade e um grande autor.
Cumprimentos

Eduardo Santos Carneiro

HistóriGeo Portugal disse...

Venho por este meio felicitar o professor Fernando Amaro Monteiro, meu profesor de Estudos Islâmicos na universidade e um grande autor.
Cumprimentos
Eduardo Santos Carneiro