Nos liberi sumus; Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt... [Nós somos livres; nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertaram...]
sábado, junho 20, 2009
A revolução já começou
Ladina e perigosa
CARTA DO CANADÁ
por Fernanda Leitão
Os politicos cegam de avidez pela comunicação social, principalmente pela televisão, a ponto de se suspeitar que são feitos pela propaganda e não pela competência, a moral e os valores cívicos. Chega a medir-se a importância de um político pelo tempo de antena que lhe é concedido diariamente. Muitos políticos há que se tomam por superiores e importantes pelo facto de estarem constantemente a ser solicitados pela televisão.
É assim que se arranjam os sarilhos...
Poucas semanas depois do 25 de Abril de 1974, apareceram na RTP uns entrevistadores, recrutados em vários escalões profissionais, que, à falta de competência jornalística e de bom senso, se arvoraram em juízes de pacotilha e transformaram as entrevistas em verdadeiros tribunais populares. Preciso era liquidar, espezinhar, insultar. Inesquecível um deles, um jovem advogado, filho de professor universitário, que exibia uma barbicha mefistofélica e uns cabelos ao vento, porque se excedia na chicana, no insulto, no desprezo com que tratava aqueles que suspeitava não serem esquerdistas extremos como ele. Confesso que ainda hoje não compreendo como os entrevistados-réus não saíram porta fora, depois de assentarem um par de estalos no galaroz, ali, em cena aberta, diante do país todo. Mas o medo era muito. No entanto, graças à transmissão directa pela televisão, esse e outros entrevistadores ficaram detestados para sempre. A televisão foi-lhes sepultura política.
No lado oposto do espectro ideológico, a cena repetiu-se. Há dias a RTP transmitiu em directo a inquiração de Victor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, por uma comissão parlamentar em que todos, com sublinhado para um jovem deputado, foram exímios na tentativa de achincalhar. Esquecidos que, semanas antes, a mesma RTP transmitiu em directo a galhofa entre eles e o Senhor Oliveira e Costa, preso por malfeitorias no BPN. Essas risadas tiveram o efeito de uma bofetada no vasto eleitorado que, em Portugal e na Emigração, seguem a triste situação da Pátria. E, portanto, os arreganhos coléricos da inquiração a Victor Constâncio tiveram para nós uma leitura desgradável: tinha de ser assim, porque não era das águas partidárias dos inquisidores.
O tempo vai passar sobre isto, como passou em 1974 sobre o que conto acima. Mas, porque estes senhores não percebem que a televisão é perigosa e ladina, ficam rotulados para muitos anos. Assim o terão, porque assim o querem. Não está em causa o mais ou menos correcto que foi o Banco de Portugal. Está em causa, sim, os dois pesos e duas medidas, a partidarite nauseabunda que tem desgraçado Portugal.
por Fernanda Leitão
Os politicos cegam de avidez pela comunicação social, principalmente pela televisão, a ponto de se suspeitar que são feitos pela propaganda e não pela competência, a moral e os valores cívicos. Chega a medir-se a importância de um político pelo tempo de antena que lhe é concedido diariamente. Muitos políticos há que se tomam por superiores e importantes pelo facto de estarem constantemente a ser solicitados pela televisão.
É assim que se arranjam os sarilhos...
Poucas semanas depois do 25 de Abril de 1974, apareceram na RTP uns entrevistadores, recrutados em vários escalões profissionais, que, à falta de competência jornalística e de bom senso, se arvoraram em juízes de pacotilha e transformaram as entrevistas em verdadeiros tribunais populares. Preciso era liquidar, espezinhar, insultar. Inesquecível um deles, um jovem advogado, filho de professor universitário, que exibia uma barbicha mefistofélica e uns cabelos ao vento, porque se excedia na chicana, no insulto, no desprezo com que tratava aqueles que suspeitava não serem esquerdistas extremos como ele. Confesso que ainda hoje não compreendo como os entrevistados-réus não saíram porta fora, depois de assentarem um par de estalos no galaroz, ali, em cena aberta, diante do país todo. Mas o medo era muito. No entanto, graças à transmissão directa pela televisão, esse e outros entrevistadores ficaram detestados para sempre. A televisão foi-lhes sepultura política.
No lado oposto do espectro ideológico, a cena repetiu-se. Há dias a RTP transmitiu em directo a inquiração de Victor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, por uma comissão parlamentar em que todos, com sublinhado para um jovem deputado, foram exímios na tentativa de achincalhar. Esquecidos que, semanas antes, a mesma RTP transmitiu em directo a galhofa entre eles e o Senhor Oliveira e Costa, preso por malfeitorias no BPN. Essas risadas tiveram o efeito de uma bofetada no vasto eleitorado que, em Portugal e na Emigração, seguem a triste situação da Pátria. E, portanto, os arreganhos coléricos da inquiração a Victor Constâncio tiveram para nós uma leitura desgradável: tinha de ser assim, porque não era das águas partidárias dos inquisidores.
O tempo vai passar sobre isto, como passou em 1974 sobre o que conto acima. Mas, porque estes senhores não percebem que a televisão é perigosa e ladina, ficam rotulados para muitos anos. Assim o terão, porque assim o querem. Não está em causa o mais ou menos correcto que foi o Banco de Portugal. Está em causa, sim, os dois pesos e duas medidas, a partidarite nauseabunda que tem desgraçado Portugal.
quarta-feira, junho 17, 2009
Pio XII salvou muitos judeus da tirania nazi
Centenário da expulsão das ordens religiosas, 1910-2010
Preparar o centenário da expulsão das ordens religiosas
Com seminários, mostras gastronómicas e exposição de indumentária religiosa
É um congresso que "não pretende reproduzir um acontecimento polémico", mas "assinalar cientificamente" o I Centenário da Expulsão das Ordens e Congregações durante a I República. Na conferência de imprensa, realizada hoje (16 de Junho), Eduardo Franco, coordenador geral da organização do Congresso Internacional «Ordens e Congregações Religiosas em Portugal - Memória, Presença e Diásporas» sublinha que a "perspectiva de diálogos com todas as instituições está presente nesta actividade".
A dimensão histórica está presente, mas muitas outras áreas serão contempladas: "espiritualidade, cultura, economia, arquitectura, escultura, pintura, assistencial". Um congresso "pluridimensional" que demonstrará que as "ordens e congregações estão vivas" - disse Luis Machado de Abreu, Presidente da Comissão Científica do Congresso, iniciativa a que a Agência ECCLESIA se associa.
A realizar dos dias 2 a 4 de Novembro de 2010, na Fundação Calouste Gulbenkian, este congresso pretende chamar "os diferentes actores que estiveram envolvidos" na efeméride. Eduardo Franco salienta que "procuramos envolver instituições de várias identidades ideológicas".
José Varandas, director do Centro de História da Universidade de Lisboa e da Comissão Coordenadora Executiva, realçou também haverá um conjunto de seminários que antecedem o congresso. Recentemente, este organismo organizou um seminário sobre a «República e o Socialismo". Neste espaço temporal que falta, José Varandas pensa "realizar 2 ou três seminários" sobre as temáticas envolventes. Pelo menos um desses seminários poderá ser sobre "outras ordens que não as religiosas". E acrescenta: "Por exemplo sobre a maçonaria".
No campo das hipóteses, Eduardo Franco propõe uma amostra de doces conventuais e uma exposição de hábitos religiosos. Iniciativas que antecedem o congresso internacional e contribuem para o enriquecimento desta efeméride. Poderá obter mais informações através do site: http://www.congressoordens2010.net/
Luís Filipe Santos
In Ecclesia
Com seminários, mostras gastronómicas e exposição de indumentária religiosa
É um congresso que "não pretende reproduzir um acontecimento polémico", mas "assinalar cientificamente" o I Centenário da Expulsão das Ordens e Congregações durante a I República. Na conferência de imprensa, realizada hoje (16 de Junho), Eduardo Franco, coordenador geral da organização do Congresso Internacional «Ordens e Congregações Religiosas em Portugal - Memória, Presença e Diásporas» sublinha que a "perspectiva de diálogos com todas as instituições está presente nesta actividade".
A dimensão histórica está presente, mas muitas outras áreas serão contempladas: "espiritualidade, cultura, economia, arquitectura, escultura, pintura, assistencial". Um congresso "pluridimensional" que demonstrará que as "ordens e congregações estão vivas" - disse Luis Machado de Abreu, Presidente da Comissão Científica do Congresso, iniciativa a que a Agência ECCLESIA se associa.
A realizar dos dias 2 a 4 de Novembro de 2010, na Fundação Calouste Gulbenkian, este congresso pretende chamar "os diferentes actores que estiveram envolvidos" na efeméride. Eduardo Franco salienta que "procuramos envolver instituições de várias identidades ideológicas".
José Varandas, director do Centro de História da Universidade de Lisboa e da Comissão Coordenadora Executiva, realçou também haverá um conjunto de seminários que antecedem o congresso. Recentemente, este organismo organizou um seminário sobre a «República e o Socialismo". Neste espaço temporal que falta, José Varandas pensa "realizar 2 ou três seminários" sobre as temáticas envolventes. Pelo menos um desses seminários poderá ser sobre "outras ordens que não as religiosas". E acrescenta: "Por exemplo sobre a maçonaria".
No campo das hipóteses, Eduardo Franco propõe uma amostra de doces conventuais e uma exposição de hábitos religiosos. Iniciativas que antecedem o congresso internacional e contribuem para o enriquecimento desta efeméride. Poderá obter mais informações através do site: http://www.congressoordens2010.net/
Luís Filipe Santos
In Ecclesia
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Centenário
segunda-feira, junho 15, 2009
Petição Contra a inclusão do PPM na Coligação em Lisboa
Para:Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas, Pedro Quartim Graça
Exma Senhora Dra Manuela Ferreira Leite
Exmo Senhor Dr Paulo Sacadura Cabral Portas
Exmo Senhor Dr Pedro Quartim Graça
Somos Portugueses e Monárquicos, e nesta condição fomos recentemente surpreendidos com o anuncio de uma coligação eleitoral com vista à apresentação de uma candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, coligação esta que além de ser composta pelos partidos dirigidos por V. Excªs incluía também um outro partido de seu nome Partido Popular Monárquico – PPM.
Não sabemos se a intenção de V. Excªs foi a de captar votos dos Monárquicos ou se pelo contrário foi de os afugentar.
Como escreveu há tempos um Presidente da Causa Real :
“A quota marginal de relevância do PPM é, deste modo, garantida por recurso a meios mais ínvios. Ou através de manobras de diversão, tão ao gosto da nossa comunicação social, envolvendo recorrentemente a Casa Real Portuguesa que tem granjeado crescente credibilidade e notoriedade. Ou apostando na confusão que os cidadãos e até os dirigentes partidários fazem ainda, entre o PPM e os monárquicos portugueses.
As recentes diatribes de um conhecido fadista constituíram não só o condimento necessário para a ressurreição desta marginalidade política, mas ainda a prova de que o populismo e a mediocridade que lhe está associada pegaram há alguns anos de estaca no sistema partidário português, e só serão definitivamente erradicados através de um assomo genuíno de coragem política da nova geração de dirigentes políticos”
É do conhecimento publico que o actual líder do PPM, o Senhor Deputado Nuno da Câmara Pereira, ocupa os seus dias a atacar Aquele que nós Monárquicos Portugueses desejamos que um dia possa vir a ser Rei de Portugal.
Todos sabemos as razões pelas quais um dia o Sr Câmara Pereira passou de repente de apoiante incondicional do Senhor Dom Duarte a inimigo numero 1, tendo mesmo chegado ao ponto de ir procurar apoio para a sua cruzada a um conhecido aldrabão italiano que até preso esteve.
Assim vimos por este meio apelar a V. Excªs no sentido de reverem esta coligação em Lisboa excluindo dela o PPM, uma vez que conforme dissemos este partido não só não representa os Monárquicos Portugueses, como pelo contrário os ofende gravemente.
Os signatários
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=JTMB
...
Exma Senhora Dra Manuela Ferreira Leite
Exmo Senhor Dr Paulo Sacadura Cabral Portas
Exmo Senhor Dr Pedro Quartim Graça
Somos Portugueses e Monárquicos, e nesta condição fomos recentemente surpreendidos com o anuncio de uma coligação eleitoral com vista à apresentação de uma candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, coligação esta que além de ser composta pelos partidos dirigidos por V. Excªs incluía também um outro partido de seu nome Partido Popular Monárquico – PPM.
Não sabemos se a intenção de V. Excªs foi a de captar votos dos Monárquicos ou se pelo contrário foi de os afugentar.
Como escreveu há tempos um Presidente da Causa Real :
“A quota marginal de relevância do PPM é, deste modo, garantida por recurso a meios mais ínvios. Ou através de manobras de diversão, tão ao gosto da nossa comunicação social, envolvendo recorrentemente a Casa Real Portuguesa que tem granjeado crescente credibilidade e notoriedade. Ou apostando na confusão que os cidadãos e até os dirigentes partidários fazem ainda, entre o PPM e os monárquicos portugueses.
As recentes diatribes de um conhecido fadista constituíram não só o condimento necessário para a ressurreição desta marginalidade política, mas ainda a prova de que o populismo e a mediocridade que lhe está associada pegaram há alguns anos de estaca no sistema partidário português, e só serão definitivamente erradicados através de um assomo genuíno de coragem política da nova geração de dirigentes políticos”
É do conhecimento publico que o actual líder do PPM, o Senhor Deputado Nuno da Câmara Pereira, ocupa os seus dias a atacar Aquele que nós Monárquicos Portugueses desejamos que um dia possa vir a ser Rei de Portugal.
Todos sabemos as razões pelas quais um dia o Sr Câmara Pereira passou de repente de apoiante incondicional do Senhor Dom Duarte a inimigo numero 1, tendo mesmo chegado ao ponto de ir procurar apoio para a sua cruzada a um conhecido aldrabão italiano que até preso esteve.
Assim vimos por este meio apelar a V. Excªs no sentido de reverem esta coligação em Lisboa excluindo dela o PPM, uma vez que conforme dissemos este partido não só não representa os Monárquicos Portugueses, como pelo contrário os ofende gravemente.
Os signatários
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=JTMB
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domingo, junho 14, 2009
«E se Israel atacar o Irão?»
«What If Israel Strikes Iran?»
"This brief survey demonstrates why Israel's military option against Iran's nuclear program is so unattractive, but also why failing to act is even worse."
O governo de Israel pode ter já tomado a decisão. O artigo aqui citado, vindo de onde vem (American Enterprise Institute), deseja-a e justifica-a dizendo-nos que não há outro caminho. Nos EUA, tem vindo a crescer a percepção de que, tarde ou cedo, mais cedo do que tarde, terá que ser dado pleno uso aos recentes "USAFRICOM" e "Global Strike Command". Tanto no Pacífico como no "Northern Tier", os EUA estão sob cerco e, como é de regra com os impérios moribundos, não vislumbram outra saída para além da militar.
"This brief survey demonstrates why Israel's military option against Iran's nuclear program is so unattractive, but also why failing to act is even worse."
O governo de Israel pode ter já tomado a decisão. O artigo aqui citado, vindo de onde vem (American Enterprise Institute), deseja-a e justifica-a dizendo-nos que não há outro caminho. Nos EUA, tem vindo a crescer a percepção de que, tarde ou cedo, mais cedo do que tarde, terá que ser dado pleno uso aos recentes "USAFRICOM" e "Global Strike Command". Tanto no Pacífico como no "Northern Tier", os EUA estão sob cerco e, como é de regra com os impérios moribundos, não vislumbram outra saída para além da militar.
Apenas duas conclusões
Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, permitem tirar duas conclusões:
1. Nesta península da Eurásia, a grande maioria dos cidadãos continua a identificar-se com os seus Estados nacionais e é sobretudo neles que concebe os seus projectos; o projecto americano para a península da Eurásia – a transformação da “União Europeia” num Estado Europeu – continua em apuros: os “cidadãos europeus” continuam a não se reconhecer nos dois grandes partidos ideológicos que a classe política lhes tem procurado impingir (“Partido Socialista Europeu” e “Partido Popular Europeu”).
2. Os portugueses estão com medo do futuro e votaram pela conservação do status quo, dando claro sinal de que estão dispostos a aceitar um novo governo do PSD.
*****
E é claro que se pode dizer mais. Eis um exemplo:
Só um terço dos eleitores elegeu o Parlamento Europeu (PE). Triunfou a aliança Abstenção/Nulo/Branco, com 69 por cento. Isto significa que o povo está farto da farsa da União Europeia.
E não é só por cá.
A ideia inicial era boa – a livre circulação de bens e capitais garantiria inovação ao melhor preço e compreensão entre as diversas culturas. Mas na prática, o resultado tem sido diferente do planeado. Em Portugal, a maioria dos Fundos Europeus só serviram para as empreitadas e estradas; não tornaram o país competitivo lá fora.
Por outro lado, a UE tem dezenas de milhares de funcionários, com altíssimos salários a escrever dezenas de milhares de páginas por dia, realizar milhares de reuniões e viagens, quase sem benefício visível para os povos dos 27.
Só para os políticos que, quanto mais apoiarem este elefante branco, mais podem almejar um bom salário em Bruxelas, quando a situação apertar por cá.
Em bom rigor, o PE tem quase 750 deputados. Reúne-se de terça a quinta-feira, e a cada mês produz 330 toneladas de documentos feitos por milhares de burocratas da sede em Estrasburgo. Regras básicas são simples: o Pai-nosso tem 56 palavras, os Dez Mandamentos 297, a Declaração da Independência - Constituição dos EUA, 300. Já a directiva da exportação de ovos de ganso da UE tem 26 911 palavras!!!
O PE não tem nenhum poder, além de aprovar o orçamento anual e o nome dos Comissários escolhidos nos corredores de alguns ministros dos 27. Mas cada deputado lá custa por mês cerca de 6 mil euros de salário, entre muitos mais benefícios, regalias e mordomias que totalizam 45mil. Tudo só para dar a impressão que há democracia na Europa!
O Banco Central Europeu, com milhares de experts bem pagos, não previu nem evitou a crise financeira. Quem manda são os lóbis. A longa investigação coordenada pela alemã Annnette Bongardt, «Competition Policy in the EU», prova-o. “Ao dar competências paralelas à UE e aos países”, diz, “enfraqueceu o controlo e possibilitou ao juiz e regulador interpretar de diferentes maneiras o texto que deveria ser claro sobre os cartéis”, cada vez mais fortes nos países mais fracos.
Sem votos nem prestígio, o PE terá ainda menos força para enfrentar as pressões das giga-empresas multi-nacionais. Assim, o governo de Portugal terá que endividar-se para pagar os mega-projectos tipo Alcochete e TGV que só as empresas certificadas da França, Alemanha, Inglaterra e alguma da Espanha podem realizar. De Portugal só uns trolhas, areias e pedras. Mas as dívidas serão mais que uma pedra no sapato dos nossos filhos e netos.
A alta dívida trará juros mais altos para Portugal, menos emprego, mais crime, menos turistas de bom nível no Algarve, mais desemprego, ainda mais crime, custos mais elevados com segurança. Para quebrar este círculo vicioso só uma grande batalha para exigir um referendo e questionar toda a UE – coisa que o governo não tem interesse em realizar.
Jack Soifer, publicado no "Algarve123"
1. Nesta península da Eurásia, a grande maioria dos cidadãos continua a identificar-se com os seus Estados nacionais e é sobretudo neles que concebe os seus projectos; o projecto americano para a península da Eurásia – a transformação da “União Europeia” num Estado Europeu – continua em apuros: os “cidadãos europeus” continuam a não se reconhecer nos dois grandes partidos ideológicos que a classe política lhes tem procurado impingir (“Partido Socialista Europeu” e “Partido Popular Europeu”).
2. Os portugueses estão com medo do futuro e votaram pela conservação do status quo, dando claro sinal de que estão dispostos a aceitar um novo governo do PSD.
*****
E é claro que se pode dizer mais. Eis um exemplo:
Só um terço dos eleitores elegeu o Parlamento Europeu (PE). Triunfou a aliança Abstenção/Nulo/Branco, com 69 por cento. Isto significa que o povo está farto da farsa da União Europeia.
E não é só por cá.
A ideia inicial era boa – a livre circulação de bens e capitais garantiria inovação ao melhor preço e compreensão entre as diversas culturas. Mas na prática, o resultado tem sido diferente do planeado. Em Portugal, a maioria dos Fundos Europeus só serviram para as empreitadas e estradas; não tornaram o país competitivo lá fora.
Por outro lado, a UE tem dezenas de milhares de funcionários, com altíssimos salários a escrever dezenas de milhares de páginas por dia, realizar milhares de reuniões e viagens, quase sem benefício visível para os povos dos 27.
Só para os políticos que, quanto mais apoiarem este elefante branco, mais podem almejar um bom salário em Bruxelas, quando a situação apertar por cá.
Em bom rigor, o PE tem quase 750 deputados. Reúne-se de terça a quinta-feira, e a cada mês produz 330 toneladas de documentos feitos por milhares de burocratas da sede em Estrasburgo. Regras básicas são simples: o Pai-nosso tem 56 palavras, os Dez Mandamentos 297, a Declaração da Independência - Constituição dos EUA, 300. Já a directiva da exportação de ovos de ganso da UE tem 26 911 palavras!!!
O PE não tem nenhum poder, além de aprovar o orçamento anual e o nome dos Comissários escolhidos nos corredores de alguns ministros dos 27. Mas cada deputado lá custa por mês cerca de 6 mil euros de salário, entre muitos mais benefícios, regalias e mordomias que totalizam 45mil. Tudo só para dar a impressão que há democracia na Europa!
O Banco Central Europeu, com milhares de experts bem pagos, não previu nem evitou a crise financeira. Quem manda são os lóbis. A longa investigação coordenada pela alemã Annnette Bongardt, «Competition Policy in the EU», prova-o. “Ao dar competências paralelas à UE e aos países”, diz, “enfraqueceu o controlo e possibilitou ao juiz e regulador interpretar de diferentes maneiras o texto que deveria ser claro sobre os cartéis”, cada vez mais fortes nos países mais fracos.
Sem votos nem prestígio, o PE terá ainda menos força para enfrentar as pressões das giga-empresas multi-nacionais. Assim, o governo de Portugal terá que endividar-se para pagar os mega-projectos tipo Alcochete e TGV que só as empresas certificadas da França, Alemanha, Inglaterra e alguma da Espanha podem realizar. De Portugal só uns trolhas, areias e pedras. Mas as dívidas serão mais que uma pedra no sapato dos nossos filhos e netos.
A alta dívida trará juros mais altos para Portugal, menos emprego, mais crime, menos turistas de bom nível no Algarve, mais desemprego, ainda mais crime, custos mais elevados com segurança. Para quebrar este círculo vicioso só uma grande batalha para exigir um referendo e questionar toda a UE – coisa que o governo não tem interesse em realizar.
Jack Soifer, publicado no "Algarve123"
domingo, junho 07, 2009
sexta-feira, junho 05, 2009
Não podemos esquecer
1) Não podemos esquecer que o “bloco central” composto pelos partidos que nos têm governado nos últimos anos (PS, PSD, CDS-PP) iludiram os portugueses à 4 anos, quando prometeram que se houvesse um Tratado constitucional europeu que alterasse a nossa soberania, este seria submetido a referendo popular.
Esses partidos falharam aos portugueses!
O Parlamento português alterou especificamente a constituição portuguesa para poder referendar tratados europeus constitucionais.
Face ao chumbo por referendo em vários países europeus incluindo a França, fizeram renascer a constituição europeia com um novo "Tratado Reformador", conhecido depois como o "Tratado de Lisboa". E por medo, preguiça ou piores intenções, PS, PSD e CDS-PP rejeitaram explicar o Tratado aos Portugueses. Rejeitaram que os Portugueses pudessem exprimir a sua opinião, e no entanto foi precisamente em nome dos Portugueses, que eles ratificaram o Tratado.
2) Não podemos esquecer o posicionamento dos partidos e movimentos concorrentes às Eleições Europeias sobre questões tão relevantes a nível europeu, quanto as da protecção da Vida, promoção da Família, Liberdade de Educação e Religiosa, Subsidiariedade.
Em boa hora a Federação Portuguesa Pela Vida (FPPV) enviou aos diferentes partidos e movimentos concorrentes às Eleições Europeias uma carta com um questionário inquirindo o seu posicionamento. As respostas possíveis foram coligidas e foram agora publicadas no sítio da FPPV.
Para sua informação não lhe responderam: BE, MMS, PCTP/MRPP, PH, POUS, PPM, PS.
Deram respostas parciais dois partidos (que não responderam directamente às questões mas apenas enviaram os seus programas eleitorais para estas eleições: CDU e MEP).
Somente quatro partidos aceitaram responder integralmente: MPT, CDS-PP, PSD e PNR.
É muito oportuno inteirar-se das respectivas diferenças.
Veja aqui como responderam os partidos ao questionário que a Federação dirigiu às suas candidaturas às europeias do próximo dia 7 de Junho:
http://www.federacao-vida.com.pt/europacomvida/index.htm
3) Não podemos esquecer que no referendo para liberalização do aborto, em 2007, a deputada Teresa Caeiro, vice-presidente do CDS-PP e número 3 da lista para as Europeias, aguardou exactamente o último dia de campanha para anunciar na imprensa, dois dias antes do voto, que divergia do partido e não votaria “Não”. Deixou a ideia de que votou “Sim”. E, seguindo essa linha, tem-se destacado também na defesa do casamento homossexual, afirmando, em entrevista, sentir a missão de mostrar que a direita não é tacanha e retrógrada…
4) Não podemos esquecer a luta incessante do MPT (Movimento Partido da Terra) contra a anunciada morte da democracia na Europa (crime de lesa-pátria) por mão do Tratado de Lisboa. O MPT, por esta sua actividade, despertou a atenção do movimento LIBERTAS - em Latim significa liberdade. Este movimento foi o responsável pela reprovação do Tratado de Lisboa no referendo Irlandês e está a instituir-se empenhadamente como o primeiro Partido Pan-Europeu, presente em todos os estados-membros. O LIBERTAS está a constituir-se como uma poderosa força que prevê eleger uma centena de deputados no Parlamento Europeu, capaz de ordenar uma nova era à responsabilidade democrática das instituições europeias. Partilhando dos ideais o MPT celebrou um acordo com este novo Partido Europeu para que Portugal possa participar na reivindicação de uma Europa dos Europeus para os Europeus, de uma Europa verdadeiramente mais forte, mais coesa e mais livre.
Vamos a votar no dia 7 de Junho querendo que o nosso Povo, sem renunciar a sua identidade e soberania, no respeito das outras identidades nacionais, faça parte duma Europa livre e solidária.
Liberdade para Portugal! Liberdade para Europa!
LIBERTAS para Portugal e Europa!
João M. Rocha
Esses partidos falharam aos portugueses!
O Parlamento português alterou especificamente a constituição portuguesa para poder referendar tratados europeus constitucionais.
Face ao chumbo por referendo em vários países europeus incluindo a França, fizeram renascer a constituição europeia com um novo "Tratado Reformador", conhecido depois como o "Tratado de Lisboa". E por medo, preguiça ou piores intenções, PS, PSD e CDS-PP rejeitaram explicar o Tratado aos Portugueses. Rejeitaram que os Portugueses pudessem exprimir a sua opinião, e no entanto foi precisamente em nome dos Portugueses, que eles ratificaram o Tratado.
2) Não podemos esquecer o posicionamento dos partidos e movimentos concorrentes às Eleições Europeias sobre questões tão relevantes a nível europeu, quanto as da protecção da Vida, promoção da Família, Liberdade de Educação e Religiosa, Subsidiariedade.
Em boa hora a Federação Portuguesa Pela Vida (FPPV) enviou aos diferentes partidos e movimentos concorrentes às Eleições Europeias uma carta com um questionário inquirindo o seu posicionamento. As respostas possíveis foram coligidas e foram agora publicadas no sítio da FPPV.
Para sua informação não lhe responderam: BE, MMS, PCTP/MRPP, PH, POUS, PPM, PS.
Deram respostas parciais dois partidos (que não responderam directamente às questões mas apenas enviaram os seus programas eleitorais para estas eleições: CDU e MEP).
Somente quatro partidos aceitaram responder integralmente: MPT, CDS-PP, PSD e PNR.
É muito oportuno inteirar-se das respectivas diferenças.
Veja aqui como responderam os partidos ao questionário que a Federação dirigiu às suas candidaturas às europeias do próximo dia 7 de Junho:
http://www.federacao-vida.com.pt/europacomvida/index.htm
3) Não podemos esquecer que no referendo para liberalização do aborto, em 2007, a deputada Teresa Caeiro, vice-presidente do CDS-PP e número 3 da lista para as Europeias, aguardou exactamente o último dia de campanha para anunciar na imprensa, dois dias antes do voto, que divergia do partido e não votaria “Não”. Deixou a ideia de que votou “Sim”. E, seguindo essa linha, tem-se destacado também na defesa do casamento homossexual, afirmando, em entrevista, sentir a missão de mostrar que a direita não é tacanha e retrógrada…
4) Não podemos esquecer a luta incessante do MPT (Movimento Partido da Terra) contra a anunciada morte da democracia na Europa (crime de lesa-pátria) por mão do Tratado de Lisboa. O MPT, por esta sua actividade, despertou a atenção do movimento LIBERTAS - em Latim significa liberdade. Este movimento foi o responsável pela reprovação do Tratado de Lisboa no referendo Irlandês e está a instituir-se empenhadamente como o primeiro Partido Pan-Europeu, presente em todos os estados-membros. O LIBERTAS está a constituir-se como uma poderosa força que prevê eleger uma centena de deputados no Parlamento Europeu, capaz de ordenar uma nova era à responsabilidade democrática das instituições europeias. Partilhando dos ideais o MPT celebrou um acordo com este novo Partido Europeu para que Portugal possa participar na reivindicação de uma Europa dos Europeus para os Europeus, de uma Europa verdadeiramente mais forte, mais coesa e mais livre.
Vamos a votar no dia 7 de Junho querendo que o nosso Povo, sem renunciar a sua identidade e soberania, no respeito das outras identidades nacionais, faça parte duma Europa livre e solidária.
Liberdade para Portugal! Liberdade para Europa!
LIBERTAS para Portugal e Europa!
João M. Rocha
quinta-feira, junho 04, 2009
O Bolhão na Ordem
CARTA DO CANADÁ
por Fernanda Leitão
Com graça,alguém disse do Prós e Contras dedicado à Ordem dos Advogados que pareceu “o Bolhão sem peixe”. De facto, apesar das tentativas do actual Bastonário e seus acólitos, só não houve peixeirada graças à urbanidade dos intervenientes que puseram questões, a maior parte delas sem obterem resposta. Mas que o programa pareceu um mercado, uma feira, isso pareceu...
Para os portugueses que vivem a milhares de quilómetros da Pátria, como é o meu caso, nada do que se passa na nossa terra nos é estranho ou indiferente e por isso, seguimos com a maior atenção o que nos chega através da comunicação social, dos livros e dos amigos. Não causará estranheza que seja assim e os políticos deverão ser os menos surpreendidos, pois certamente não lhes passará pela cabeça que seria gratuito o seu pedinchar constante de votos e remessas de dinheiro. Uns e outras a fundo perdido, pois de nada beneficiamos, nem ao menos o honroso gosto de podermos dizer aos nossos amigos estrangeiros que vimos de
um país bem governado. Resta-nos o direito de ter opinião e de a expressarmos.
Que engraçado é o Bastonário actual, com os seus modos broeiros e o seu discurso torrencial, tronitruante e até um tanto desbocado! Diz que foi jornalista e nota-se o seu pendor irressistível para a chicana pública. Habituados que estamos a Bastonários de excelentes maneiras e apurado verbo, a uma Ordem dos Advogados cheia de prestígio e classe, um Bastonário que como este se exibe em praça lembra-nos sempre um elefante numa loja de vidros: talvez não queira partir e espezinhar tudo, mas vai partindo e esmagando. Só perde a graça quando, depois de levar umas varadas certeiras, representa, e mal, o papel de vítima. Quando, à falta de argumentos, grita que está ser vítima de um complot por parte da “aristocracia de Lisboa”...
E quanto a coerência, temos dito. Um dia destes, ao saber que um elevado número de advogados pretendia uma assembleia geral extraordinária para tratar da sua destituição, vociferou que isso é tão ilegal, tão golpe de estado como “os militares tomnarem o poder pela força”. Só nos faltava esta de sabermos que o Bastonário considera ilegal, e porventura ilegítimo, o golpe de estado de 1974... A extrema direita podia bem subscrever esta tese. Isto vindo de um socialista... Mas, obstinado, afirma que não sai, não pede a demisssão.
Enfim, temos outro entremez à portuguesa: mais um que vai atravessar a ponte a pé. Entretanto, o Bolhão entrou na Ordem.
por Fernanda Leitão
Com graça,alguém disse do Prós e Contras dedicado à Ordem dos Advogados que pareceu “o Bolhão sem peixe”. De facto, apesar das tentativas do actual Bastonário e seus acólitos, só não houve peixeirada graças à urbanidade dos intervenientes que puseram questões, a maior parte delas sem obterem resposta. Mas que o programa pareceu um mercado, uma feira, isso pareceu...
Para os portugueses que vivem a milhares de quilómetros da Pátria, como é o meu caso, nada do que se passa na nossa terra nos é estranho ou indiferente e por isso, seguimos com a maior atenção o que nos chega através da comunicação social, dos livros e dos amigos. Não causará estranheza que seja assim e os políticos deverão ser os menos surpreendidos, pois certamente não lhes passará pela cabeça que seria gratuito o seu pedinchar constante de votos e remessas de dinheiro. Uns e outras a fundo perdido, pois de nada beneficiamos, nem ao menos o honroso gosto de podermos dizer aos nossos amigos estrangeiros que vimos de
um país bem governado. Resta-nos o direito de ter opinião e de a expressarmos.
Que engraçado é o Bastonário actual, com os seus modos broeiros e o seu discurso torrencial, tronitruante e até um tanto desbocado! Diz que foi jornalista e nota-se o seu pendor irressistível para a chicana pública. Habituados que estamos a Bastonários de excelentes maneiras e apurado verbo, a uma Ordem dos Advogados cheia de prestígio e classe, um Bastonário que como este se exibe em praça lembra-nos sempre um elefante numa loja de vidros: talvez não queira partir e espezinhar tudo, mas vai partindo e esmagando. Só perde a graça quando, depois de levar umas varadas certeiras, representa, e mal, o papel de vítima. Quando, à falta de argumentos, grita que está ser vítima de um complot por parte da “aristocracia de Lisboa”...
E quanto a coerência, temos dito. Um dia destes, ao saber que um elevado número de advogados pretendia uma assembleia geral extraordinária para tratar da sua destituição, vociferou que isso é tão ilegal, tão golpe de estado como “os militares tomnarem o poder pela força”. Só nos faltava esta de sabermos que o Bastonário considera ilegal, e porventura ilegítimo, o golpe de estado de 1974... A extrema direita podia bem subscrever esta tese. Isto vindo de um socialista... Mas, obstinado, afirma que não sai, não pede a demisssão.
Enfim, temos outro entremez à portuguesa: mais um que vai atravessar a ponte a pé. Entretanto, o Bolhão entrou na Ordem.
quarta-feira, junho 03, 2009
Morreu o cavaquismo
por Mário Crespo
Entre mais-valias na carteira de acções do professor Cavaco Silva e o solilóquio de Oliveira e Costa no Parlamento, morreu o cavaquismo. As horas de aflitivo testemunho enterraram o que restava do mito. Oliveira e Costa e Dias Loureiro foram delfins de Cavaco Silva. Activos, incansáveis, dinâmicos, competentes, foram para Cavaco indefectíveis, prestáveis, diligentes e serventuários. Nas posições que tinham na SLN e no BPN estavam a par da carteira de acções de Cavaco Silva e família. Os dois foram os arquitectos dos colossais apoios financeiros que nas suas diversas incarnações o cavaquismo conseguiu mobilizar logo que o vislumbre de uma hierarquia de poder em redor do antigo professor de Economia se desenhava. Intermediaram com empresários e financeiros. Hipotecaram, hipotecaram-se e (sabemos agora) hipotecaram-nos, quando a concretização dos sonhos de poder do professor exigia mais um esforço financeiro, mais uma sede de campanha, mais uma frota de veículos para as comitivas, mais uns cartazes, um andar inteiro num hotel caro ou uma viagem num avião fretado. Dias Loureiro e Oliveira e Costa estiveram lá e entregaram o que lhes foi requerido e o que não foi.
Como as hordas de pedintes romenos, esgravataram donativos entre os menos milionários e exigiram contribuições aos mais milionários. Cobraram favores passados e venderam títulos de promissórias sobre futuros favores. O BPN é muito disso. Nascido de um surpreendente surto de liquidez à disposição do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva, foi montado como uma turbina de multiplicação de dinheiros que se foi aventurando cada vez mais longe, indo em jactos executivos muito para lá do ponto de não regresso. Não era o banco de Cavaco Silva, mas o facto de ser uma instituição gerida pelos homens fortes do regime cavaquista onde, como refere uma nota da Presidência da República, estava parte da ( ) "gestão das poupanças do prof. Cavaco Silva e da sua mulher", funcionou como uma garantia de confiança, do género daquele aval de qualidade nas conservas de arenque britânico onde se lê "by special appointment to His Royal Majesty " significando que o aromático peixe é recomendado pela família real. Portugal devia ter sabido pelo seu presidente que a sua confiança nos serviços bancários de Oliveira e Costa era tal que tinha investido poupanças suas em acções da holding que detinha o banco. Mas não soube. Depois, um banco de Cavaco e família teria de ser um banco da boa moeda. E não foi. Pelo que agora se sabe, confrontando datas, já o banco falia e Cavaco Silva fazia sentar na mesa do Conselho de Estado, por sua escolha pessoal, Dias Loureiro, que entre estranhos negócios com El Assir, o libanês, e Hector Hoyos, o porto-riquenho, passou a dar parecer sobre assuntos de Estado ao mais alto nível. Depois, vieram os soturnos episódios de que Oliveira e Costa nos deu conta no Parlamento, com as buscas alucinadas por dinheiro das Arábias. Surpreendentemente, quase até ao fim houve crédulos que entraram credores de sobrolho carregado para almoços com Oliveira e Costa nas históricas salas privadas do último andar da sede do BPN e saíram accionistas dos dois mil milhões de bolhas especulativas que agora os portugueses estão a pagar. Surpreendentemente também, o Banco de Portugal nada detectou. Surpreendentemente, o presidente da República protegeu o seu conselheiro, mesmo quando as dúvidas diminuíam e as certezas se avolumavam. De Oliveira e Costa no Parlamento fica ainda no ar o seu ameaçador: "eu ainda não contei tudo". Quando o fizer, provavelmente, cai o regime. Francamente, com tudo o que se sabe, já não é sem tempo.
In Jornal de Notícias
- «secagem de particulas por atomização»
Cavaco Silva participou hoje na entrega do prémio Produto Inovação da Associação Empresarial para a Inovação (COTEC), atribuído este ano à secagem de partículas por atomização desenvolvido pela empresa Hovione FarmaCiência.
Lusa / SOL
Entre mais-valias na carteira de acções do professor Cavaco Silva e o solilóquio de Oliveira e Costa no Parlamento, morreu o cavaquismo. As horas de aflitivo testemunho enterraram o que restava do mito. Oliveira e Costa e Dias Loureiro foram delfins de Cavaco Silva. Activos, incansáveis, dinâmicos, competentes, foram para Cavaco indefectíveis, prestáveis, diligentes e serventuários. Nas posições que tinham na SLN e no BPN estavam a par da carteira de acções de Cavaco Silva e família. Os dois foram os arquitectos dos colossais apoios financeiros que nas suas diversas incarnações o cavaquismo conseguiu mobilizar logo que o vislumbre de uma hierarquia de poder em redor do antigo professor de Economia se desenhava. Intermediaram com empresários e financeiros. Hipotecaram, hipotecaram-se e (sabemos agora) hipotecaram-nos, quando a concretização dos sonhos de poder do professor exigia mais um esforço financeiro, mais uma sede de campanha, mais uma frota de veículos para as comitivas, mais uns cartazes, um andar inteiro num hotel caro ou uma viagem num avião fretado. Dias Loureiro e Oliveira e Costa estiveram lá e entregaram o que lhes foi requerido e o que não foi.
Como as hordas de pedintes romenos, esgravataram donativos entre os menos milionários e exigiram contribuições aos mais milionários. Cobraram favores passados e venderam títulos de promissórias sobre futuros favores. O BPN é muito disso. Nascido de um surpreendente surto de liquidez à disposição do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva, foi montado como uma turbina de multiplicação de dinheiros que se foi aventurando cada vez mais longe, indo em jactos executivos muito para lá do ponto de não regresso. Não era o banco de Cavaco Silva, mas o facto de ser uma instituição gerida pelos homens fortes do regime cavaquista onde, como refere uma nota da Presidência da República, estava parte da ( ) "gestão das poupanças do prof. Cavaco Silva e da sua mulher", funcionou como uma garantia de confiança, do género daquele aval de qualidade nas conservas de arenque britânico onde se lê "by special appointment to His Royal Majesty " significando que o aromático peixe é recomendado pela família real. Portugal devia ter sabido pelo seu presidente que a sua confiança nos serviços bancários de Oliveira e Costa era tal que tinha investido poupanças suas em acções da holding que detinha o banco. Mas não soube. Depois, um banco de Cavaco e família teria de ser um banco da boa moeda. E não foi. Pelo que agora se sabe, confrontando datas, já o banco falia e Cavaco Silva fazia sentar na mesa do Conselho de Estado, por sua escolha pessoal, Dias Loureiro, que entre estranhos negócios com El Assir, o libanês, e Hector Hoyos, o porto-riquenho, passou a dar parecer sobre assuntos de Estado ao mais alto nível. Depois, vieram os soturnos episódios de que Oliveira e Costa nos deu conta no Parlamento, com as buscas alucinadas por dinheiro das Arábias. Surpreendentemente, quase até ao fim houve crédulos que entraram credores de sobrolho carregado para almoços com Oliveira e Costa nas históricas salas privadas do último andar da sede do BPN e saíram accionistas dos dois mil milhões de bolhas especulativas que agora os portugueses estão a pagar. Surpreendentemente também, o Banco de Portugal nada detectou. Surpreendentemente, o presidente da República protegeu o seu conselheiro, mesmo quando as dúvidas diminuíam e as certezas se avolumavam. De Oliveira e Costa no Parlamento fica ainda no ar o seu ameaçador: "eu ainda não contei tudo". Quando o fizer, provavelmente, cai o regime. Francamente, com tudo o que se sabe, já não é sem tempo.
In Jornal de Notícias
- «secagem de particulas por atomização»
Cavaco Silva participou hoje na entrega do prémio Produto Inovação da Associação Empresarial para a Inovação (COTEC), atribuído este ano à secagem de partículas por atomização desenvolvido pela empresa Hovione FarmaCiência.
Lusa / SOL
Esta democracia é uma miséria
por Baptista-Bastos
Não gosto desta democracia. Uma democracia que sobrevive através de subterfúgios, que se não preveniu contra as desigualdades sociais, antes as estimula, autoriza-nos a combatê-la sem tréguas, como imperativo de consciência e necessidade histórica. Desejava-a equânime, fortemente representativa, sem a moral indecisa e sem a implícita conspiração de uma classe que me repugna e se julga acima do mal e do bem. A democracia não é isto que a violência simbólica tem promovido, e a ausência de debate tem consolidado.
O discurso político é inassimilável, embora seja definível pelos traços essenciais das semelhanças de uns com os outros. Esse discurso apropriou-se, sobretudo, do lugar-comum, fruto de antigas e cediças tradições. Nada do que dizem Ilda Figueiredo, Miguel Portas, Paulo Rangel, Vital Moreira ou Nuno Melo suscita a mais escassa emoção ou o mais módico entusiasmo. O pessoal a quem se dirigem não os conhece, ou mediocremente dá por eles. A nitidez crescente desta ignorância popular faz dos "políticos" algo de criminosos, porque a eles cumpre não só esclarecer como evitar o declínio acentuado da democracia e a degenerescência de um regime que têm de ocupar o espaço mais amplo de definição.
Esta democracia é uma desgraça. E os protagonistas são pessoas inadequadas à construção da sua desejável e inequívoca grandeza. O que dizem reactiva, permanentemente, a colonização das mentes, porque o que dizem é baseado em velhos conceitos de exclusão do "outro". Esta democracia reflecte a debilidade de convicções morais de quem dela se diz paladino. O que por aí se vê de corrupção, de mentira, de fraqueza dos mecanismos institucionais, de hipocrisia, de inquietação social, resulta das enormes variações de carácter e de ideologia daqueles que abandonaram a defesa das específicas identidades partidárias.
O desfile de nulidades e de apparatchiks de que as televisões são palco constitui a afirmação de um tribalismo generalizado, que não comporta a esperança mas a resignação. Esta democracia é uma desgraça porque espicaça o desprezo, alimenta o ressentimento, incrementa o rancor e não conseguiu, em 35 anos, extirpar os odiosos fantasmas do racismo e da xenofobia.
Tudo isto é muito mau: a mediocridade dos dirigentes; a incultura e a ignorância dos quadros intermédios; o culto da competitividade como modo e forma de triunfo; o apagamento da cidadania; a liturgia do dinheiro como expressão única de ascensão. A natureza profunda do envilecimento do regime encontra-se na péssima qualidade dos seus dirigentes. Esta democracia é uma miséria. Mas é minha. Também eu a construí. Lá estarei a votar.
In DN
Não gosto desta democracia. Uma democracia que sobrevive através de subterfúgios, que se não preveniu contra as desigualdades sociais, antes as estimula, autoriza-nos a combatê-la sem tréguas, como imperativo de consciência e necessidade histórica. Desejava-a equânime, fortemente representativa, sem a moral indecisa e sem a implícita conspiração de uma classe que me repugna e se julga acima do mal e do bem. A democracia não é isto que a violência simbólica tem promovido, e a ausência de debate tem consolidado.
O discurso político é inassimilável, embora seja definível pelos traços essenciais das semelhanças de uns com os outros. Esse discurso apropriou-se, sobretudo, do lugar-comum, fruto de antigas e cediças tradições. Nada do que dizem Ilda Figueiredo, Miguel Portas, Paulo Rangel, Vital Moreira ou Nuno Melo suscita a mais escassa emoção ou o mais módico entusiasmo. O pessoal a quem se dirigem não os conhece, ou mediocremente dá por eles. A nitidez crescente desta ignorância popular faz dos "políticos" algo de criminosos, porque a eles cumpre não só esclarecer como evitar o declínio acentuado da democracia e a degenerescência de um regime que têm de ocupar o espaço mais amplo de definição.
Esta democracia é uma desgraça. E os protagonistas são pessoas inadequadas à construção da sua desejável e inequívoca grandeza. O que dizem reactiva, permanentemente, a colonização das mentes, porque o que dizem é baseado em velhos conceitos de exclusão do "outro". Esta democracia reflecte a debilidade de convicções morais de quem dela se diz paladino. O que por aí se vê de corrupção, de mentira, de fraqueza dos mecanismos institucionais, de hipocrisia, de inquietação social, resulta das enormes variações de carácter e de ideologia daqueles que abandonaram a defesa das específicas identidades partidárias.
O desfile de nulidades e de apparatchiks de que as televisões são palco constitui a afirmação de um tribalismo generalizado, que não comporta a esperança mas a resignação. Esta democracia é uma desgraça porque espicaça o desprezo, alimenta o ressentimento, incrementa o rancor e não conseguiu, em 35 anos, extirpar os odiosos fantasmas do racismo e da xenofobia.
Tudo isto é muito mau: a mediocridade dos dirigentes; a incultura e a ignorância dos quadros intermédios; o culto da competitividade como modo e forma de triunfo; o apagamento da cidadania; a liturgia do dinheiro como expressão única de ascensão. A natureza profunda do envilecimento do regime encontra-se na péssima qualidade dos seus dirigentes. Esta democracia é uma miséria. Mas é minha. Também eu a construí. Lá estarei a votar.
In DN
MPT - Partido da Terra: um partido boicotado pelas TVs
É escandalosa a maneira como os jornais e televisões escondem a campanha eleitoral do MPT, Movimento Partido da Terra, em aliança com o movimento Libertas, que conseguiu derrotar o tratado de Lisboa na Irlanda !
As liberdades políticas não podem existir só para o pensamento único europeu. A Internet é o último espaço de liberdade de pensamento, e por isso sugerimos a divulgação destas páginas.
O site de campanha do MPT é: http://www.mpt.pt
O site do Libertas é: http://www.libertas.eu
segunda-feira, junho 01, 2009
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