A administração Bush pediu ao Congresso dos EUA o orçamento do Departamento de Defesa da administração Obama, atribuindo-lhe um valor total de 541 biliões de dólares. Este é apenas o orçamento do Departamento da Defesa (DoD), não se incluindo nele o que vai continuar a ser gasto com as guerras no Iraque e no Afeganistão, com a “Defesa Nacional”, etc. Cerca de um terço deste orçamento — $125,2 biliões— será gasto com pessoal; um outro terço — $180 biliões — será gasto em operações e em manutenção de equipamento, sendo a maior fatia dos gastos — $184 biliões — destinada ao que o Pentágono designa por "modernização contra futuras ameaças" ("modernization to meet future threats"), com a seguinte assinalável distribuição:
- Novos sistemas de comunicações, comando e controlo, munições, etc. ($79.5 biliões);
- Aviões de combate ($45.6 biliões, de um programa que virá a ter um custo total de 300 biliões);
- Porta-aviões, submarinos, etc. ($16.9 biliões);
- Sistemas de mísseis, etc. ($12,8 biliões).
De notar que este orçamento destinado a Obama vai apresentar um aumento de 7,5% em relação ao último orçamento de Bush e que, mesmo que os valores apontados fiquem por aqui, eles representam já a soma dos orçamentos de defesa de todos os outros Estados do mundo. Se corrigirmos a inflação, a administração Obama vai ter umas Forças Armadas dotadas com o maior orçamento de Defesa dos Estados Unidos desde a 2ª Guerra Mundial. Um orçamento deste tipo e dimensão, deixa entender que a prioridade atribuída a Obama não vai naturalmente ser a de fazer a “guerra ao terrorismo”, antes a de enfrentar novas ameaças, desde o Norte de África até ao Extremo Oriente. O Leviatão é global e está armado até aos dentes. Que se cuide pois a Rússia e a China (e demais parceiros da Organização de Cooperação de Xangai), bem como o Reino Unido e a França – os americanos não brincam com coisas sérias.
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