Alguns patetas, que devem ter dificuldade em encontrar a cabeça com as duas mãos, protestam inteligentemente contra os "tremendistas". O dr. Mário Soares (sempre uma alegria) chora dia a dia a "Europa" perdida (ou desencaminhada) e reza aos santinhos da sua desesperada devoção como Lula e Obama. E, segundo consta, uma facção lírica à fado de Coimbra continua ao vento à procura do pensamento. Mas, de qualquer maneira, um facto é certo: a crise de 2008 não produziu uma ideia. Basta ver Portugal. O Estado apodrece, como sempre historicamente apodreceu, com o défice do orçamento e a dívida externa. O regime político está paralisado e desliza pouco a pouco para o grotesco. O PSD não passa de um grupinho de coscuvilheiras, sem vergonha ou emenda. E o PS serve um optimismo lorpa a uma populaça céptica. Nem um arrepio perturbou a inanidade da nossa vida pública. A reorganização da direita? Qual quê? A reforma da esquerda? Nem pensar. Afinal, a julgar pela placidez da populaça e a resignação da classe média, a crise não existe. Como, de resto, se constatará em 2010. Não é?
Vasco Pulido Valente in Público
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