sábado, abril 25, 2009

João Mattos e Silva é o novo Presidente da Real Associacão de Lisboa

«um apelo aos monárquicos para que não temam dar a cara e lutem, nas estruturas da Causa Real e neste caso particular da Real Associação de Lisboa, ou informalmente por outros meios, pela Instituição Real, conscientes de que é essencial para Portugal e para a sua modernidade. Nenhum regime é eterno e os cem anos que a Republica vai comemorar, gastando milhões de euros dos nossos impostos, é perecível e quase nada quando comparada com os oitocentos anos de Monarquia. Se todos os que são monárquicos convictos a combaterem, democraticamente mas com firmeza, e se pela sua palavra e pela sua acção, trouxerem “mais cinco”

(22 de Abril de 2009)


João Mattos e Silva é o novo Presidente da Direcção da Real Associação de Lisboa.
Eleito no passado dia 18 de Abril, promete um novo rumo para a maior Real Associação de Portugal.

Iniciou a sua militância política aos dezassete anos na Causa Monárquica, em 1961, onde foi presidente da Comissão de Juventude, vogal da Junta Distrital de Lisboa e membro da Comissão Doutrinária, presidida por Henrique Barrilaro Ruas. Coordenou no semanário monárquico o Debate a “Página de Juventude”. Foi um dos subscritores, a convite de Henrique Barrilaro Ruas, do manifesto “Renovação Portuguesa”, em 1969. Em 1987 foi candidato independente a deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu pelo PPM, presidido então por Gonçalo Ribeiro Telles. Entre 1992 e 1995 foi presidente da Mesa da Assembleia - Geral da Real Associação de Lisboa. Em 1993 foi eleito como primeiro Presidente da Causa Real – Federação das Reais Associações. É membro do Conselho Monárquico, órgão da Causa Real.



Uma Entrevista


- Foi, no passado dia 18 de Abril, eleito Presidente da Real Associação de Lisboa. Que análise faz à História recente da Real Associação de Lisboa?

A Real Associação de Lisboa passou por um período conturbado, fruto de desinteligências entre a direcção cessante, que resultou na total inactividade durante um ano. O que foi mau. Ultrapassada essa fase, pela qual muitas vezes passam as associações, em que amores próprios e vaidades se sobrepõem ao objectivo para que foram criadas, julgo que a minha direcção está suficientemente legitimada pela Assembleia – Geral, que nela votou expressivamente, para poder virar a página.

- Enquanto Presidente da Direcção da Real Associação de Lisboa, quais são os seus objectivos para este mandato que agora inicia?

Em primeiro lugar, arrumar a casa e em segundo lugar, mas em simultâneo, desenvolver uma série de acções que constam do programa que apresentámos, tendentes a alargar o âmbito de actuação junto dos monárquicos dos concelhos que compõem o Distrito de Lisboa, com relevo para formação e informação e para, usando todos os meios disponíveis de comunicação, marcar presença, tomando posições sobre todos os assuntos de interesse para os portugueses que vivem neste espaço geográfico, desde os políticos aos do ambiente ou aos de defesa do património.


- Ao nível da Causa Real, acredita que, como muitos monárquicos, que é tempo da criação de uma nova dinâmica, passando naturalmente por melhorar os meios para aproximação aos Portugueses?

Claro que acredito. E esse passo está em vias de ser dado.

- Que análise faz ao trabalho dos Voluntários da Causa, nomeadamente no que toca à expansão do Ideal Monárquico na Blogosfera, em Sítios da Internet e Fóruns?

Penso que a blogosfera é um espaço de informação e de diálogo muito importante que, não podendo ser desprezado, pelo contrário, tem de ser valorizado. São cada vez mais as pessoas que navegam na Net e frequentam sítios e Blogues em procura de informação, de esclarecimento ou de pura diversão e que podem ser sensibilizados pelos conteúdos. Por isso o trabalho que os monárquicos, a título individual ou em grupos mais restritos, têm vindo a fazer é importantíssimo e altamente louvável. Há que apoiá-los e criar sinergias, não só entre eles – o que já sucede – como com as estruturas do movimento monárquico.

(...)


- Foi lançado há dias o livro “Aqui D´El-Rei”, do qual é um dos autores. O que é que se tem que fazer mais para que, efectivamente a “divulgação seja a chave da restauração” ?

O livro é uma colectânea de textos publicados na comunicação social, escrita e virtual, ao longo de nove anos, ininterruptamente. Foi publicado em livro porque um editor, por sinal monárquico, os descobriu a navegar na Net e por eles se interessou. É um contributo para divulgar a posição de monárquicos que, fazendo crónicas ao sabor dos acontecimentos, também fazem a divulgação da doutrina. A divulgação da posição dos monárquicos é, mesmo, a chave da restauração, como diz. Só chegando a cada vez mais portugueses poderemos criar um movimento da sociedade no sentido de “forçar” os políticos republicanos acantonados nos seus poderes a rever a Constituição que impede a escolha do regime.

- Estamos a passos largos a chegar ao Centenário da Republica. Que resposta deve a Causa Real e as Reais Associações, já para não falar também dos Voluntários, como o PDR, para mostrar que a chama monárquica continua ainda bem viva e que deve ser vista pelos Portugueses como uma esperança, tendo em consideração a crise que estamos a passar a todos os níveis?

Acho o movimento monárquico irá dar uma prova de que está vivo e actuante, cada vez mais actuante, e que não se conforma com o regime mesmo que ele faça cem anos. A contribuição de todos é fundamental. Agora tenhamos em atenção que a Monarquia não é uma panaceia para todos os males do País, podendo sem dúvida contribuir mais fortemente, pela superioridade da Instituição Real, para criar um ambiente de coesão nacional que potencie a sua resolução por quem tem que o fazer: os governos e as forças políticas e sociais.

- Acredita que algum dia a esquerda parlamentar irá aceitar alterar a alínea b) do artigo 288.º da Constituição, que nos impõe, a “forma republicana de governo”?

Acho que não será toda, porque a mais radical sabe que só navega bem e consegue fazer-se ouvir, num clima conflitual que a república facilita. Mas creio que o ciclo geracional, que tem gerido o PS, eivado de preconceitos e herdeiro dos “valores” da I República, está a chegar ao fim e que entre as gerações mais novas, sobretudo, há já muitos militantes que são monárquicos e não vêem nenhuma incompatibilidade entre o socialismo e a social – democracia e a forma monárquica de regime. Os mais novos forçarão os mais velhos a perceber que até para o PS, a Monarquia é mais favorável.

- Em 2011, chegaremos ao centenário do falecimento da Rainha Dona Maria Pia. Fala-se que está para breve (ou não) a sua transladação para Portugal. Acha que a Republica tem medo desta transladação, tendo em consideração que se pode tratar de uma Cerimónia de Estado, que implique a participação das Forças Armadas, tal como aconteceu com Dom Manuel II e a Rainha Dona Amélia?

Acho que o regime tem vindo a protelar a transladação dos restos mortais da Rainha Dona Maria Pia porque tem receio de dar um sinal errado ao Pais, a pouco tempo do centenário da República. Em 2011, já passou esse período e não vejo porque não o fará, tendo sido afirmado pelos principais dirigentes actuais que considerava esse acto como desejável e possível, com dignidade, mas eventualmente sem tanto realce como o dos Rei Dom Manuel e Dona Amélia. Salazar achava que a II República estava de pedra e cal, por força do carácter autoritário do regime que inventou. A III República sabe, que mesmo com truques constitucionais, em democracia “ o povo é quem mais ordena”.


- Que futuro deseja para Portugal? A Monarquia é a única solução e esperança para os Portugueses?

Que Portugal ganhe confiança em si próprio, que saiba olhar para a sua História e orgulhando-se do que fizeram os nossos antepassados, saiba que pode ir mais longe, e de que perceba que, adaptando Camões, “ um fraco regime faz fraca a forte gente”. Portugal só terá sucesso com a Instituição Real.


- Deseja acrescentar algo?

Sim. Fazer um apelo aos monárquicos para que não temam dar a cara e lutem, nas estruturas da Causa Real e neste caso particular da Real Associação de Lisboa, ou informalmente por outros meios, pela Instituição Real, conscientes de que é essencial para Portugal e para a sua modernidade. Nenhum regime é eterno e os cem anos que a Republica vai comemorar, gastando milhões de euros dos nossos impostos, é perecível e quase nada quando comparada com os oitocentos anos de Monarquia. Se todos os que são monárquicos convictos a combaterem, democraticamente mas com firmeza, e se pela sua palavra e pela sua acção, trouxerem “mais cinco”!


fonte:
http://fdrojornal.wordpress.com/2009/04/20/pdr-entrevista-joao-mattos-e-silva-novo-presidente-da-direccao-da-real-associacao-de-lisboa/

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