Milhares de populares, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 15 e os 60 anos, foram arrancados dos seus lares na madrugada de hoje, 31 de Agosto de 2007, por volta das 4h30, numa mega operação levada a cabo por militares das Forças armadas angolanas (FAA). Em verdadeiro alvoroço, os populares foram surpreendidos nas suas casas, nas aldeias de Lico, Icazu, Cochiloango, Loango, Loango Pequeno, Ntunga, Mbuli, Bichékete, Caio e Mpuela (na região Centro do enclave de Cabinda), por centenas de militares das FAA fortemente armados e munidos de numerosas viaturas, que os levaram à força até à Planície do Cochiloango. De acordo com diversos testemunhos, todos aqueles que tentaram resistir a esta medida das FAA foram espancados, enquanto os outros eram intimidados e ameaçados por militares em cujas caras se podia ler uma grande vontade de apertar o gatilho.
Os populares do sexo feminino (de todas as idades), por seu turno, completamente agastadas com a situação, abandonaram as suas casas e deslocaram-se, a pé, até à Planície do Cochiloango, onde se encontram retidos os seus maridos, pais, irmãos, tios, etc, afirmando estarem dispostas a morrer ao lado dos seus familiares.
Segundo populares fugidos das aldeias visadas, os soldados governamentais acusam as populações daquela área de fornecerem apoio moral e logístico às forças da FLEC, que têm estado a intensificar os seus ataques contra os militares das FAA e da Polícia.
Os populares acreditam que essa onda de terrorismo contra as populações Cabindesas está relacionada com a recente orientação dada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, durante a recente visita que efectuou a Cabinda, tendo dado ordens aos seus soldados que "redobrem os esforços" contra aqueles que, no seu entender, desestabilizam Cabinda.
Esta é mais uma entre muitas outras violações dos direitos humanos que fazem o quotidiano das populações Cabindesas.
Recordamos que a vontade do regime de Luanda de silenciar estas flagrantes violações dos direitos humanos, está na base da ilegalização ilegal da Mpalabanda-Associação Cívica de Cabinda.
Até ao momento em que fazemos a presente denúncia mantém-se agonia das populações levadas à Planície de Cochiloango.
Raul Danda, Activista Cívico.
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