domingo, julho 27, 2008

Família Real visita o Estado de Minas Gerais - Brasil




No dia 16 de Julho de 2008, o Governador Aécio Neves participou, às 11h, na cerimónia oficial do Dia do Estado de Minas Gerais. Neste dia, a capital de Minas Gerais foi transferida para Mariana, primeira cidade e primeira capital mineira. Durante o evento, que acontece na Praça Minas Gerais, realizou-se a entrega da Medalha do Dia de Minas Gerais. Neste ano, a comenda foi entregue a 47 personalidades e instituições e entre os agraciados deste ano estava S.A.R., O Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança. Durante a solenidade, O Duque de Bragança ofereceu ao Município de Mariana um quadro de Dona Maria Ana Josefa de Áustria, Mulher de Dom João V, e cujo nome deu origem ao nome da cidade. A obra é do século XIX. A solenidade de comemoração do Dia de Minas começou com a sinerata, quando os sinos das Igrejas de Mariana tocaram por 15 minutos em comemoração ao Dia de Minas Gerais. Em seguida, o Governador passou revista à tropa da Polícia Militar e cumprimentou as autoridades que o aguardavam na Praça Minas Gerais. Além do presidente do Congresso Nacional, estavam presentes o Prefeito de Mariana, Celso Cota Neto, O Duque de Bragança, Dom Duarte, e os Secretários de Fazenda, Simão Cirineu, de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, do Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilzon Melo, da Cultura, Eleonora Santa Rosa e da Juventude e Desporto, Gustavo Côrrea. Logo após os cumprimentos, o governador assinou o acto de transferência simbólica da capital do Estado para a cidade de Mariana, que no dia 16, completou 312 anos. A Medalha Comemorativa do Dia do Estado de Minas Gerais foi instituída por Decreto Municipal, em 1980.

Discurso do Governador:

(...) Devo ao final, um agradecimento especial em nome de todos os mineiros das várias Minas, a Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança e a toda a sua família. Costumo dizer, Dom Duarte, que triste é aquele povo que não conhece a sua história porque ele, certamente, terá maiores dificuldades para construir o seu futuro. Sua Alteza, hoje, com extrema generosidade, em nome da Casa Real Portuguesa, nos entrega um retrato de Dona Maria Ana D’Austria. Quero dizer, neste instante, Sua Alteza Real, nos permite um reencontro com a nossa própria história. Não são apenas os mineiros de Mariana que levam o seu nome. São os mineiros de todas essas Minas Gerais, que se sentem hoje mais valorizados e, certamente, mais fiéis à belíssima construção que assistimos neste país para a contribuição dos portugueses.

O Duque de Bragança, Dom Duarte, acompanhado da Duquesa Dona Isabel de Herédia e dos Filhos, Dom Afonso de Santa Maria, Príncipe da Beira, Infante Dom Dinis de Bragança e Infanta Dona Maria Francisca de Bragança, entregou à cidade de Mariana um quadro com o rosto de Dona Maria Ana D´Austria, esposa de Dom João V, e cujo nome deu origem à cidade. A obra de arte, do século XIX, incorpora-se ao Património Histórico de Mariana.

O quadro foi transferido para o Rio de Janeiro através de um navio e posteriormente levado a Mariana. Em 1998, durante a visita à cidade, Dom Duarte de Bragança havia assumido o compromisso de doar o quadro.

Mariana. Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas encontraram ouro no ribeirão Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens, nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo se transformou em um dos principais fornecedores deste minério para Portugal e, pouco tempo depois, tornou-se a primeira vila criada na então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Lá foi estabelecida também a primeira capital. Em 1745, por ordem do rei D. João V, a região foi elevada à cidade e nomeada Mariana – uma homenagem à rainha Maria Ana D’Austria, sua Mulher. Transformando-se no centro religioso do Estado, nesta mesma época a cidade passou a ser sede do primeiro bispado mineiro. Actualmente, Mariana guarda relíquias e casarios coloniais que contam parte da história do país. A cidade, integrante da Trilha dos Inconfidentes e do Circuito Estrada Real, foi tombada em 1945 como Monumento Nacional.

terça-feira, julho 08, 2008

São Nuno Álvares Pereira

«Igreja: Papa deu último passo para que beato Nuno Álvares Pereira seja reconhecido como Santo

03 de Julho de 2008, 16:56

Lisboa, 03 Jul (Lusa) - O Papa Bento XVI deu hoje o passo decisivo para que o beato Nuno Álvares Pereira seja reconhecido como santo, ao autorizar a promulgação de dois decretos que atestam um milagre que lhe é atribuído e as suas "virtudes heróicas".
Francisco Rodrigues, frade carmelita e vice-postulador para a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira, congratulou-se hoje com a notícia e disse à Lusa que o processo de canonização está praticamente concluído, faltando apenas marcar a data da cerimónia.
De acordo com a agência Ecclesia, que avançou a notícia, os decretos foram tornados públicos hoje pela Sala de imprensa da Santa Sé, após uma audiência concedida pelo Papa ao Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Contactado pela Lusa, o padre Francisco Rodrigues, nomeado em 2001 vice-postulador para a canonização do Beato, afirmou que a promulgação dos decretos "é sinal que está tudo encaminhado" para a conclusão do processo.
"Agora é só esperar que o Santo Padre comunique a data para a cerimónia de canonização", afirmou o frade carmelita.
O processo para a canonização de Nuno Álvares Pereira foi uma "missão muito trabalhosa", mas que "valeu a pena", sublinhou Francisco Rodrigues, que dedicou os últimos sete anos a esta causa.
O Beato Nuno de Santa Maria (1360-1431) foi beatificado em 1918 pelo papa Bento XV, e nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização.
Na história portuguesa, o beato Nuno de Santa Maria é conhecido como o Condestável Nun´Álvares Pereira, que no reinado de D.João I se tornou o heroi da batalha de Aljubarrota, em que o exército português derrotou as forças de Castela.
A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, no dia 6 de Novembro.
O processo de canonização do Beato Nuno de Santa Maria foi reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo.
A cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.
A cura de Guilhermina de Jesus, depois de ter pedido a intervenção do Santo Condestável, foi observada por diversos médicos em Portugal e foi analisada por uma equipa de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram miraculosa.
Trabalhos levados a cabo pelos Cardeais Patriarcas de Lisboa D. José III (1883-1907) e D. António I (1907-1929), secundados pela Ordem do Carmo, culminaram com o Decreto da Congregação dos Ritos "Clementissimus Deus" de 15 de Janeiro de 1918, ratificado e aprovado pelo Papa Bento XV em 23 do mesmo mês e ano.
Esses trabalhos, retomados pelo Episcopado Português, culminaram com a  permissão de Pio XII para que o processo da canonização prosseguisse.
A tramitação do processo de santidade de um católico morto com fama de santo passa por etapas bem distintas.
Cinco anos após a sua morte, qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo, através de um postulador, constituído mediante mandato de procuração e aprovado pelo bispo local.
Juntam-se os testemunhos e pede-se a permissão à Santa Sé. Quando se consegue esta permissão, procede-se ao exame detalhado dos relatos das testemunhas, a fim de apurar de que forma a pessoa em questão exercitou a heroicidade das virtudes cristãs.
Aos bispos diocesanos compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio, milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede.
Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o "servo de Deus" é proclamado "venerável".
A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do "venerável". Se um deste milagres é considerado autêntico, o "venerável" é considerado "beato".
Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado "santo", como acontecerá com D. Nuno Álvares Pereira.
HN
Lusa/fim»

Beato Nuno vai ser canonizado

05/07/2008

Na passagem dos 650 anos sobre o seu nascimento, o Beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira) pode ser canonizado pelo Papa, tornando-se no primeiro português a ser canonizado nos últimos 500 anos.

A cerimónia de reabertura do processo de canonização do Beato Nuno está marcada para a tarde do próximo dia 13 de JUlho, das ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, e vai ser presidida pelo Cardeal patriarca, D. José Policarpo.

O padre carmelita Francisco José Rodrigues, vice-postulador da causa, disse ao Correio da Manhã que “a retoma deste processo é um acto de inteira justiça e até peca por tardia”.

“A sua vida plena de virtudes, a sua obra e as graças recebidas pelos seus devotos são motivos mais do que suficientes, em nosso entender, para elevação de D. Nuno Álvares Pereira a Santo da Igreja de Deus”, afirmou o padre Francisco Rodrigues.

Aliás, já em meados da década de 40, aquando da abertura, pela primeira vez, da causa de canonização do Santo Condestável, o Papa de então, Pio XII, pretendia reconhecer, por despacho, a santidade do carmelita Beato Nuno, acto que acabou por não se concretizar por influência do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Salazar.

Segundo veio a saber-se mais tarde, o Governo de então fez tudo para impedir o decreto do Papa Pio XII, porque pretendia que a canonização tivesse lugar no âmbito de uma cerimónia solene, com grande pompa e circunstância, eventualmente acompanhada de visita papal, o que, no pós-segunda Guerra Mundial, poderia dar boa imagem nacional e internacional do Governo e enaltecer o orgulho nacional. Só que, as coisas não correram bem e o processo foi arquivado.

Em 1960, no âmbito do sexto centenário do seu nascimento, as relíquias do Beato Nuno percorreram o país e a Ordem do Carmo reabriu novamente o processo de canonização. Pouco tempo depois rebentou a Guerra do Ultramar e, mais uma vez, o assunto morreu à nascença.

Mais de quatro décadas depois, contando com o apoio de todos os bispos portugueses e aproveitando o facto de a Congregação da Causa dos Santos ser presidida por um Cardeal português, D. José Saraiva Martins, a Ordem do Carmo e o Patriarcado de Lisboa reabrem o processo de canonização do Beato Nuno, convictos de que “à terceira vai ser de vez”.


Mas o reconhecimento passou também pela atribuição do seu nome a numerosas instituições. Há liceus, escolas profissionais e até selos postais que têm perpetuado a sua memória. Papel que também desempenham as obras de arte que nele se inspiraram.


O Convento do Carmo de Lisboa foi mandado construir por D. Nuno Álvares Pereira, tendo as obras começado em 1389. Em 1397 foi entregue aos Carmelitas de Moura, realizando-se ali o primeiro Capítulo Geral dos Carmelitas Portugueses em 1423.


A vida santa de um combatente

D. Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Junho de 1360 em Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco. Aos 13 anos de idade foi armado cavaleiro em Santarém e, com apenas 16 anos, casou com D.ª Leonor de Alvim, fixando residência em cabeceiras de Basto. Em 1381 foi nomeado Fronteiro-Mor do Alentejo e, em 1383, decide apoiar a causa do Mestre de Avis.

A 8 de Abril de 1384, na Batalha dos Atoleiros, usa pela primeira vez a famosa táctica do quadrado, sendo, a 6 de Abril do ano seguinte, nomeado Condestável e Mordomo-Mor do Reino.


Vitória de Aljubarrota

A 14 de Agosto consegue uma retumbante vitória em Aljubarrota e a 2 de Outubro sai vitorioso em Valverde.

Considerado o mais brilhante estratega militar da sua época e um dos melhores da História de Portugal, é o Patrono da Infantaria.

A 25 de Julho de 1415 sai numa expedição a Ceuta e em 1422 fixa residência no Carmo, em Lisboa. No dia 24 de Julho de 1423 doa, definitivamente, a Igreja e o Convento que mandara construir à Ordem Carmelita.

A 15 de Agosto desse ano recebe o hábito carmelita e renuncia a todos os seus títulos mobiliárquicos.

Morreu aos 71 anos, no dia 1 de Abril de 1431 (dia de Páscoa), sendo sepultado no Carmo (hoje ruínas).



Fonte CM